Dia desses, estava discutindo com uma amiga sobre paixões platônicas. Ela, psicóloga, me dizia que todo mundo já teve uma paixão platônica na vida. Eu, com todo orgulho do mundo, dizia que não. Que o máximo que tive foi uma obsessão pelo Leonardo DiCaprio período “pré-Titanic”, mas que passou super rápido. E que mesmo nessa fase adolescente, isso não se configurava uma paixão, mas uma grande admiração.
Daí, hoje, por acaso, eu encontrei essa carta antiga que fiz pra meu ex-namorado e que ele nunca chegou a ler (nem irá). Vou transcrever uns trechos dela aqui:
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Tudo que tenho de você são lembranças. Tudo que sei sobre você está no passado.
O que alimenta este sentimento? O que há de real entre nós dois?
Eu sei que não há concretude ou solidez em sentimentos e sensações, mas ainda busco racionalidade no meio dessa minha loucura...
E a sensação que tenho é que perdi. Meu maior desejo é te reencontrar. E não há quem não saiba da existência e da importância que você tem em minha vida. Mas sinto que isso não acontecerá.
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Meu quarto tem referências suas. Minhas fotos tem lembranças suas. Minhas preferências culinárias, musicais e literárias refletem sua influência em mim. Agora me diz: o que eu faço com isso tudo?
Já tentei fugir, me desvencilhar, te substituir, me anular... nada!
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Penso em você. Rio com você. Choro por você. Sonho com você. AMO VOCÊ.
Agora eu percebo. Isso nada mais era do que um AMOR PLATÔNICO. E aqui falo no senso comum. Na IDEIA que temos de um amor platônico. Sabe aquele em que a pessoa é alvo do seu desejo, dos seus pensamentos e não tem noção disso? Às vezes ela nem sabe que você existe? Pois é... É desse amor platônico que estou falando. Não quero aqui filosofar ou discutir psicologicamente os aspectos científicos e exatos deste termo.
Enfim...
Um amor platônico não necessariamente envolve artistas, professores, primos mais velhos ou qualquer outra figura imponente. Às vezes, envolve seu namorado. Será que você não está vivendo um amor platônico AO LADO do seu objeto de desejo e ainda não percebeu isso?
Se me der licença para dar algum conselho, do “alto” dos meus 25 anos, te direi:
Não vale a pena. Ter um troféu frágil não é tão valioso quanto dividir pequenas derrotas com quem te ama de verdade.