sábado, 22 de outubro de 2011

Em Dezesseis Linhas


Não me importo com sua condição
Seu sobrenome, sua conta bancária, sua moradia ou sua família atrapalhada
Me importo com seu coração
Seu sorriso constante, suas belas palavras, sua melodia e sua boca molhada

Não me incomodo com seu pensar
Seus amigos no bar, sua voz alterada, suas piadas ou outra limitação
Me incomoda sua falta de tato
Seu machismo inato, seus olhares furtivos, suas mentiras e insubordinação

Pude perceber que isso já não me basta
O que me agrada em você, é fácil de encontrar
O que me irrita é que já não consigo mais suportar
Então, faço uma proposta:

Eu sigo minha vida, encontro alguém importante
Um bom trabalho, uma casa na praia e algumas doses de espumante
E quanto a você,
Que tal ir se f*der?  


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Auto-percepção (ou discurso do observador)


Quem é a verdadeira?
Aquela que já foi? 
Ou aquela que ainda é?
Das muitas mudanças,
Nas muitas nuances,
Não reconhece nem a própria face.
Se diz satisfeita com o atual momento,
Assim como era em tempos passados.
Vejo-a demonstrar confiança...
Um olhar de quem sabe o que faz.
Mas há dúvida,
Há incerteza.
E só seu travesseiro conhece.
Talvez algum confidente, quem sabe?
...
Ela acha engraçado quando a questionam sobre as notórias diferenças.
E sempre pergunta: para melhor ou para pior?
Eu digo, garota:
Você nunca mudou.
Roupas, cabelo, ações, palavras, conceitos e pensamentos...
Esses diferem com os anos e as experiências
Mas o essencial,
Que me desculpe Saint-Exupéry,
Esse é visível aos olhos.
De quem vê com a alma.