sábado, 25 de agosto de 2012

(In)Sanidade


Se o que fiz não importa,
Se o que disse não importa,
Se o que penso não importa,
Se o que sinto não importa,
Porta-te como um louco.
E, para ti, eu fecho a porta.



sábado, 19 de maio de 2012

Uma epifania de cinco minutos


Não tente mais
Não invada mais
Em meu coração não há mais espaço

Tal qual uma esponja, ele foi absorvendo tudo que tocava
E foi se enchendo de paixões
Antigas, doces, estúpidas, felizes, amargas, fugazes...
De tanto querer, encharcou
E hoje, já não cabe mais nada

Se quiser, eu abro as portas
Estendo o tapete vermelho e faço as honras
Não mais pro meu coração

Quem quiser fazer parte de mim
Que entre agora
Nos meus pensamentos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Déjà vu


De um encontro simples e despretensioso surge o encanto.
E esse desencadeia sensações, sentimentos, pensamentos.
Aí o meu coração frágil e cansado me alerta pra fugir.
Eu tento.
Mas por estar tão frágil, ele é vencido por belas palavras,
Olhares intensos e doces sorrisos.
Inesperadamente, me disponho a acompanhar.
Ao que parece, tenho um par.
Justo quando eu achava que o ímpar é que era feliz.


De repente...


A urgência passa, as ligações cessam e a insegurança volta.
Dúvidas de quem não entende
O que não se fala,
O que não se demonstra,
O que não se explica.

E eis que me resta:
Mais uma noite vazia, numa festa vazia.
Um copo cheio de vício.

E, quem sabe?
Em outro encontro simples e despretensioso,
Quando o encanto ressurgir,
Eu possa fugir e me esconder?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Retrospectiva


Me sinto confortável, preenchida de mim mesma. 
É possível? No momento, digo que sim.
Não alcancei metade dos meus objetivos. E a cada vez que atinjo um, crio inúmeros outros.
Não conheci todos os lugares que gostaria.
Não conheci tanta gente interessante quanto baste.
Não dancei todas as músicas que me atingem.
Não chorei todas as lágrimas que preciso.
Não sorri todos os sorrisos que desejo.
Pelo simples fato de que desconheço este número. Um infinito cognitivo.
E assim me sinto bem.
A cada oportunidade de descobrir lugares, conhecer pessoas, ouvir músicas, chorar, sorrir, eu tento agarrá-las. Nem sempre sou bem sucedida nas escolhas que faço. Mas e daí? O tal arrependimento após fazer uma estupidez dói. Dói muito mais o arrependimento do “não-feito”. Alguém discorda desse lugar-comum?
Nessa perspectiva, eu me agarro.
Me despindo de auto-piedade, tentando controlar minha (cruel) auto-crítica e alimentando minha liberdade com novas ações.
Que tal tentar? Neste caminho, você pode se surpreender. E surpresas podem ser extremamente lindas e emocionantes. 



domingo, 27 de novembro de 2011

Fugacidade


Para onde for, deixa que leve...

Mesmo que a rota seja indecifrável,
mesmo que o caminho seja inconstante,
deixa que leve...

Mesmo que os objetivos não sejam idênticos,
mesmo que o par mude,
deixa que leve...

Mesmo que os olhos não fotografem tudo,
mesmo que os ouvidos não gravem detalhes,
deixa que leve...

Na intensidade infinita,
de uma liberdade indefinida,
deixa a tua vida leve!

sábado, 22 de outubro de 2011

Em Dezesseis Linhas


Não me importo com sua condição
Seu sobrenome, sua conta bancária, sua moradia ou sua família atrapalhada
Me importo com seu coração
Seu sorriso constante, suas belas palavras, sua melodia e sua boca molhada

Não me incomodo com seu pensar
Seus amigos no bar, sua voz alterada, suas piadas ou outra limitação
Me incomoda sua falta de tato
Seu machismo inato, seus olhares furtivos, suas mentiras e insubordinação

Pude perceber que isso já não me basta
O que me agrada em você, é fácil de encontrar
O que me irrita é que já não consigo mais suportar
Então, faço uma proposta:

Eu sigo minha vida, encontro alguém importante
Um bom trabalho, uma casa na praia e algumas doses de espumante
E quanto a você,
Que tal ir se f*der?  


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Auto-percepção (ou discurso do observador)


Quem é a verdadeira?
Aquela que já foi? 
Ou aquela que ainda é?
Das muitas mudanças,
Nas muitas nuances,
Não reconhece nem a própria face.
Se diz satisfeita com o atual momento,
Assim como era em tempos passados.
Vejo-a demonstrar confiança...
Um olhar de quem sabe o que faz.
Mas há dúvida,
Há incerteza.
E só seu travesseiro conhece.
Talvez algum confidente, quem sabe?
...
Ela acha engraçado quando a questionam sobre as notórias diferenças.
E sempre pergunta: para melhor ou para pior?
Eu digo, garota:
Você nunca mudou.
Roupas, cabelo, ações, palavras, conceitos e pensamentos...
Esses diferem com os anos e as experiências
Mas o essencial,
Que me desculpe Saint-Exupéry,
Esse é visível aos olhos.
De quem vê com a alma.